Colaborador do mês - Plano Boa Vida

Patrícia dos Santos - Psicóloga

Por Plano Boa Vida 21/12/2022 - 09:22 hs

Qual o seu nome e sua função na empresa?

Patrícia dos Santos - Psicóloga. Atuo no acolhimento e suporte a pessoas enlutadas, além de treinamento de equipes, palestras externas, entrevistas e ações em datas importantes com objetivo de educação/acolhimento no que se refere morte, perda e luto, que no fim das contas faz refletir sobre a vida; também coordeno os Grupos de Apoio (Grupo Girassol), dentre outras atividades pertinentes ao setor do Serviço Social em parceria com a Assistente Social Tássia.

Está a quanto tempo na empresa?

Completei 12 anos em outubro de 2022. Uma curiosidade sobre a minha trajetória no Boa Vida é que, quando iniciei minhas atividades não era formada em psicologia, e estava nos últimos semestres da faculdade. Meu TCC - trabalho de conclusão de curso foi realizado com os agentes funerários, onde tive a oportunidade de acompanhar de perto todo o ciclo de trabalho deles, desde remoção, preparação, etc… Fiquei impressionada de verdade e passei a admirar e respeitar ainda mais todo o trabalho dessa equipe.

Conte um pouco sobre você (Sua idade, família, o que gosta de fazer fora do trabalho, etc)

Eu tenho 41 anos, sou casada, sem filhos, e tenho afilhados que amo como se fossem meus filhos. Adoro animais, tenho 3 cachorrinhas e 1 gatinha, que foram adotadas. Fico extremamente abalada com informações de maus tratos a animais, sofro com isso e choro mesmo. Sou praieira (risos), adoro praia, sol, mar, caminhar na areia macia, contemplar a imensidão do mar, o vento, a vida… e pensar que só pode existir algo muito além do que podemos descrever e saber em nossa existência e consciência. É um momento e algo sagrado para mim, me conecta muito com a minha espiritualidade. 

O que te motiva todos os dias a continuar fazer o que faz?

Minha motivação para fazer o que faço, é saber que toco o coração e em alguma medida transformo a história de vida das pessoas que por mim foram atendidas/acolhidas; é o lugar mais sagrado dessas pessoas, que são as relações de vínculo, de amor, e que a morte transformou em uma relação que elas ainda desconhecem e, não sabem muito bem como fazer para manter a conexão e a enxergar algo para além da dor e do sofrimento que o processo de luto traz consigo. Em cada validação dessa dor e desse amor que se apresenta em cada sessão, tenho a oportunidade de conhecer histórias únicas, singulares. 

Hoje, ainda mais do que há 12 anos atrás quando iniciei meu trabalho aqui no Boa Vida, não só de forma teórica, através dos estudos onde me apropriei muito sobre atender pessoas enlutadas, mas através das minhas próprias experiências de perdas que tive ao longo de mais de uma década, onde pude entender visceralmente o que é o processo de luto. Minhas próprias perdas que marcam minha vida, de uma forma muito profunda, algumas que considero traumáticas por todo o contexto me trouxeram uma sensibilidade ainda maior, uma compaixão importante e necessária, mas também a compreensão de que o enfrentamento e o movimento precisam acontecer para que a vida possa seguir.

Qual conselho daria para o seu eu de 10 anos atrás?

Então, gosto de olhar para o meu EU de 10 anos atrás com muito respeito e compaixão; afinal as minhas escolhas e decisões foram as possíveis para aquele momento, com a maturidade e desenvolvimento que eu tinha até então. Com toda sinceridade, me orgulho de tudo que conquistei e tenho conquistado na minha vida, fruto do meu esforço, dedicação, persistência e interesse. Reconheço que posso ir muito além, mas às vezes o medo me paralisa. Tenho trabalhado para evoluir nessa crença de que tudo precisa estar perfeito para então fazer acontecer.

Como se vê daqui a 10 anos?

Eu me vejo com um pouco mais de conhecimento na minha área de atuação, que é voltada para a questão do luto, e sei que isso exige educação continuada, e me esforço para estar sempre atualizada. E ainda tenho interesse em me especializar em sexualidade e também em neuropsicologia; eu amo estudar e quem me conhece bem sabe disso… Ter uma estabilidade financeira que me possibilite realizar todo esse planejamento e realização, além de outros sonhos, como ter uma casa na praia por exemplo. Quero me preocupar mais com a minha saúde, praticar exercícios, me sentir bem no corpo que habito, aproveitar ainda mais cada momento que estou com a família, sentir a vida de forma muito conectada com meus ideais e valores. Mas veja bem, a Paty daqui 10 anos, começa no hoje! Então, não vamos com pressa… mas, não vamos perder tempo!

Uma palavra para definir você:

Resiliência